segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Reflexões sobre a Interdisciplina de Libras

Com a realização da atividade de análise sobre o filme “O Garoto Selvagem” tive a oportunidade de acrescentar diversos saberes aos meus conhecimentos sobre a história da educação de surdos na sociedade através dos tempos, o que considero relevante para o meu crescimento profissional.
Ao constatar que Victor de Aveyron (o garoto selvagem) não era surdo, percebi como muitos diagnósticos equivocados afetaram as vidas de surdos e fizeram com que a sociedade formasse opiniões de que surdos seriam incapazes de aprender e de escolarizar-se, e consequentemente de integrar-se ao mercado de trabalho. O garoto selvagem foi internado durante dez anos na Instituição de surdos-mudos de Paris, seus progressos foram limitados, inclusive sobre a aprendizagem da língua de sinais. Pois, possuía outras deficiências, além de autismo que estavam agravados devido ao isolamento que vivera numa floresta durante os primeiros onze anos de sua vida.
Atualmente, apesar de alguns esclarecimentos divulgados pela mídia e por estudiosos sobre a comunidade e cultura surda, ainda persiste a associação de surdez com deficiência mental. Os surdos apenas não ouvem, mas isso não significa que tenham limitações mentais que impeçam a escolarização. Para transformar esta realidade de exclusão ainda presente, seria necessária a inserção nos planos de ensino das instituições educacionais, a interdisciplina de libras que serviria como um espaço onde os alunos surdos poderiam obter e trocar diversas informações e saberes que às vezes se encontram apenas em ambientes ocupados por ouvintes. Como também poderiam ser repensados os conteúdos disciplinares que são desenvolvidos para surdos por ouvintes. Outra idéia relevante seria ter nas escolas professores surdos para que os alunos surdos conseguissem relacionar-se se identificando com um adulto surdo, ao qual poderia espelhar-se como um exemplo a seguir.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Reflexões sobre a Interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos (EJA):

Os estudos sobre o texto de Giroux “Alfabetização e a pedagogia do empowerment” chamaram a minha atenção sobre a alfabetização funcional e crítica respectivamente, na EJA. Compreendo que para esta alfabetização, deveríamos lutar como se luta por um movimento social no presente e no futuro, considerando que para a sua organização e construção seria necessário desenvolver práticas pedagógicas em conjunto com professores e alunos, em torno de visões da comunidade que sejam mais emancipadoras, compreendendo e transformando suas experiências pessoais, mas também reconstituindo suas relações com a sociedade mais ampla. Já no texto de Kohl “Jovens e Adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem” foi significativo para a minha aprendizagem entender melhor sobre o aluno adulto e o aluno jovem no âmbito da EJA. O aluno adulto normalmente é um migrante proveniente de áreas rurais pobres e o aluno jovem, excluído das escolas regulares, por repetência e evasão. Ambos podem ser totalmente analfabetos ou pouco escolarizados porque pararam de estudar pelo motivo de ter de trabalhar muito desde suas infâncias para ajudar nas despesas básicas da casa. Considero que essas duas leituras (em especial) propostas pela Interdisciplina de EJA me proporcionam uma estrutura para a realização do trabalho para a “Mostra de Pôsteres sobre realidade dos contextos de Jovens e adultos”.
Pude perceber na realização das entrevistas que realizei com os alunos da EJA na Escola Felipe Scheffer no dia 04 (quarta-feira). Pois entrevistei um jovem de 21 anos, um senhor de 45 anos e uma senhora de 56 anos e tanto suas características, quanto os motivos pela desistência dos estudos e a procura pela EJA, se enquadraram com as descrições citadas acima da autora Marta Kohl. Também percebi que suas respostas às perguntas do roteiro da entrevista enquadraram-se nas idéias de Giroux, sobre a educação de EJA não dever se esgotar somente numa alfabetização mecânica, com objetivos de ensinar a ler e escrever. Estes alunos procuram mais que isso, eles querem e demonstram em suas falas, o que explicita Giroux em seu texto, o desejo de uma escolarização ampla e de qualidade com atividades contínuas que se preocupe com as suas culturas, preparando-lhes para o mercado de trabalho e propondo-lhes novas formas de conhecimento. Com suas próprias palavras, os educandos entrevistados também me remeteram ao primeiro texto estudado de Jamil Cury “Parecer 11/2000” sobre as “Diretrizes Curriculares Nacionais da EJA”, que tem como funções: reparar, qualificar e equalizar o ensino.
Resolvi realizar esta postagem hoje, porque percebi que foram relevantes minhas reflexões feitas através das leituras propostas na Interdisciplina para a realização desta primeira parte do trabalho de Pôsteres, que foram as entrevistas com alunos da EJA. E acredito que estas mesmas leituras, fóruns e demais atividades elaboradas até o momento, me fornecerão os subsídios necessários para a elaboração do texto e montagem da versão final do trabalho.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Reflexões sobre a Interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação

Quando realizei a atividade do enfoque temático n° 5 sobre “Temas Geradores” da Interdisciplina de Didática, fiz a leitura do capítulo que fala sobre “A Dialogicidade – Essência da Educação como prática da Liberdade”, de Paulo Freire. Já conhecia o texto porque tinha realizado esta mesma leitura, juntamente com outros capítulos do livro “Pedagogia do Oprimido” para a realização de atividades da Interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade no semestre V. Porém, desta vez esta leitura juntamente com os estudos sobre os “temas geradores” propostos pela Interdisciplina de Didática me remeteram a um outro olhar trazendo significações relevantes que estão contribuindo para a formação de novos sentidos para a minha prática profissional e para a minha vida pessoal também. Conforme o meu entendimento nas práticas docentes com jovens e adultos, o “tema gerador” provoca e significa o assunto que vai gerar o trabalho a desenvolver com os alunos e desta forma permitirá e possibilitará que o educando entenda o contexto que está inserido. Basta refletirmos para constatarmos que os “temas geradores” são infinitos porque o “universo mínimo temático” (Freire) é infinito. Através do trabalho com “temas geradores” na EJA (e em qualquer instituição de ensino), acredito que não podemos repor o conhecimento dos alunos, mas sim propormos novas formas de conhecimento através da experiência de vida destas pessoas que os faz detentores de diversos saberes que adquiriram e os constituíram ao longo de suas vidas. A única forma de propormos trabalhos pelos “temas geradores” é através da dialogicidade “essência da educação como prática da liberdade” (Freire), onde a educação autêntica se faz pela mediatização do mundo, entre professores e alunos “impressionados e desafiados uns aos outros, originando visões ou pontos de vista sobre ele, visões impregnadas de anseios, dúvidas, certezas, esperanças que implicitam temas significativos aos quais se constituirão o conteúdo programático da educação” (Freire). Os “temas geradores” podem surgir, por exemplo, na discussão sobre a segurança, iluminação, emprego, saneamento e saúde da rua ou cidade onde moram. Também podem surgir através de receitas de bolo, informações sobre o seu trabalho, construção de hortas, organização da casa (no caso das donas de casa), enfim, como já disse existe uma infinidade de assuntos do seu cotidiano que podem ser desenvolvidos.